"O verdadeiro avanço na luta contra o câncer é identificar quem está em risco antes que a doença se manifeste". - Prof. Dr. Henry Thompson Lynch (médico americano conhecido por sua descoberta da suscetibilidade familiar a certos tipos de câncer e sua pesquisa sobre ligações genéticas ao câncer)
Publicado em Abril 25, 2025
A síndrome de Lynch é a forma mais comum de câncer colorretal hereditário, sendo também conhecida como síndrome do câncer colorretal hereditário não polipóide.
Os tipos de câncer mais frequentemente envolvidos na síndrome são o câncer colorretal (indivíduos afetados apresentam 80% de risco ao longo da vida) e o câncer de endométrio (indivíduos afetados apresentam 60% de risco ao longo da vida).
Contudo existem outros tipos de câncer que fazem parte do espectro da síndrome: estômago, ovário, intestino delgado, urotélio (ureter e pelve renal), trato biliar, pâncreas e cérebro (glioblastoma).
Indivíduos com síndrome de Lynch tendem a ter menos de 10 pólipos adenomatosos cumulativamente ao longo da vida. Os adenomas são comumente vistos em pacientes com menos de 40 anos, e frequentemente apresentam um padrão de crescimento viloso com displasia de grau moderado a alto, e tendem a se transformar em câncer mais rapidamente do que em indivíduos da população geral com adenomas.
O diagnóstico é realizado mediante quadro clínico sugestivo, e norteado por critérios diagnósticos determinados por grupos de especialistas. Os principais critérios utilizados são:
Critérios de Amsterdã II:
Critérios de Bethesda revisados:
Testes genéticos devem ser considerados para pacientes que preenchem os critérios de Amsterdã II ou Bethesda revisados, bem como para mulheres com câncer de endométrio diagnosticado antes dos 50 anos e para pessoas com casos confirmados de Lynch na família.
Pacientes afetados pela síndrome de Lynch podem apresentar variantes patogênicas em um dos seguintes genes: MLH1, MSH2, MSH6, PMS2 e EPCAM.
Pessoas com diagnóstico de síndrome de Lynch devem realizar acompanhamento médico regular para rastreio:
Em linhas gerais, para tratamento dos adenomas de cólon, é realizada polipectomia endoscópica completa, com colonoscopia anual para rastreio. Para tratamento do câncer de cólon, é realizada ressecção colônica segmentar ou extendida, a depender do cenário clínico e da idade do paciente. Adenocarcinomas retais são tratados com protocolectomia total. Os demais tipos de neoplasias associadas à síndrome são manejados de forma semelhante aos da população geral.
É recomendado que indivíduos afetados evitem obesidade, tabagismo, colesterol alto e diabetes tipo 2.
A síndrome de Lynch é uma condição genética de herança autossômica dominante, o que significa que uma pessoa portadora de uma variante patogênica em um dos genes associados à síndrome tem 50% de chance de transmitir essa variante aos seus descendentes.
Sendo assim, o aconselhamento genético, realizado durante a consulta com o médico geneticista, é essencial não somente para o entendimento da informação genética envolvida, mas também para que sejam feitas as devidas orientações de forma personalizada para o paciente e sua família. Aconselhamento genético salva vidas!
▪️Graduação em Medicina pela Escola Paulista de Medicina (EPM/UNIFESP)
▪️Residência médica em Genética Médica pela Escola Paulista de Medicina (EPM/UNIFESP)
▪️Título de Especialista em Genética Médica pela Sociedade Brasileira de Genética Médica (SBGM) e Associação Médica Brasileira (AMB)
▪️Membro titular da Sociedade Brasileira de Genética Médica (SBGM) e da Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal e Erros Inatos do Metabolismo (SBTEIM)
▪️Médica Geneticista do Projeto Genomas Raros do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE)
▪️Médica Geneticista no laboratório Genesis Genomics (HIAE/Grupo Fleury)
▪️Médica Geneticista nos hospitais do Grupo Santa Joana
▪️Médica Geneticista do Grupo de Pesquisa Clínica em Doenças Raras do Instituto de Genética e Erros Inatos do Metabolismo (IGEIM) da EPM/UNIFESP
▪️Médica Geneticista da GAVVA Clínica (@gavvaclinica) Medicina Reprodutiva e Oncofertilidade
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